quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Basto-me em ventos...
Recorro há tempos...
O meu intento é ter um momento, um espanto..
Sou um cisco no canto do olho de um rebento.
Eu? Ausento-me no instante de um simples pensamento.


Wylk Belém

A vida, às vêzes, nos parece tão efêmera, tão rápida, tão distante e ao mesmo tempo tão perto dos nossos desejos, nossas dúvidas...
O que realmente nos importa?
O despertar da busca incessante por algo que não sabemos?
O intrínseco momento do clarão da percepção dos segundos que nos rodeiam...o momento exato do saber, do sabor...do amor maior.
Isto é também viver.

Wylk Belém.

Um comentário:

  1. Wyl, linda a imagem criada em "um cisco no canto do olho de um rebento". O olho é sempre a apreensão do total. O diabo mora no detalhe, dizia Nietzche, e no canto do olho do rebento. Quem comsome o mundo de imagens e na loucura ainda não decifra códigos, apenas vÊ. O rebento que come com os olhos literalmente o mundo que o cerca, tem agora, no canto um cisco que o impede de ver o dislumbre da vida q se descortina diante de sua íris. Um cisco, um detalhe, num canto. Não no todo do olho, nem dos olhos que são dois. Assim não há impedimento da visão total. O todo que ainda continua preso dentro da percepção da vida. Embora os demônios impeçam a clareza da visão, há ainda esperança na vida. Parabéns pelos seus micro poemas. Poesia viva, audaz, veloz, sagaz. Bjs. Sucesso.

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